Boa parte do grupo é formada por moradores de rua, que perambulam por vias como a Cônego Vanderlei e São Vicente Foto:Paulo Nascimento/DN/D.A Press |
Um pouco mais afastado do grupo, deitado em uma calçada, encontrava-se o garoto Bruno, de apenas 15 anos, muitos dos quais já perdidos para adroga. Ele contou que não comia nada há mais de três dias e, enquanto dizia isso, assistia à distância sua mãe e seu pai, integrantes da roda de consumidores, "queimarem" pedras de crack. Bruno diz ter fugido do Centro Educacional (Ceduc) do Pitimbu há cerca de três meses. Desde então vive na rua. "Eu moro por aqui mesmo. Meus pais estão ali (aponta para a roda), junto com aquele pessoal. Não "peguei" nenhuma pedra ontem nem hoje", conta ele, que ainda diz não saber há quanto tempo vive ao relento.
Por volta das 11h30, a realidade do local começou a tomar formas diferentes da constatada no início da manhã. Aproximadamente 30 pessoas já se encontravam nas proximidades da Cracolândia de Lagoa Nova. Bruno, que estava afastado do grupo, já se encontrava nos braços da mãe e a recepção foi bastante diferente da ocorrida no início da manhã. Ameaças, gritos, correria e pedras voaram, tentando afastar o carro da reportagem. O mesmo garoto que mais cedo recebeu a reportagem, visivelmente alterado, foi um dos que chegoua atirar pedras.
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