Uma das próximas etapas dos trabalhos que visam à construção do estádio Arena das Dunas será a retirada da rede elétrica e de esgoto que passam pelo terreno em volta dos atuais Machadão e Machadinho. De acordo com o secretário para Assuntos Extraordinários Relativos à Copa, Demétrio Torres, as concessionários já foram avisadas e devem começar o serviço em poucas semanas.
Nem a Caern, nem a Cosern possuem projetos prontos para desvio de suas redes que passam pela área
Os técnicos da companhia devem se reunir durante esta semana com engenheiros da OAS, construtora responsável pela obra da Arena das Dunas, e definir a melhor forma de execução. "A obra é algo para 15 dias, mas o que pode demorar é a fase anterior à obra", destacou o diretor, referindo-se ao levantamento dos recursos e à escolha da empresa responsável.
Os tubos da rede de esgoto são de grande diâmetro e provavelmente terão de ser adquiridos fora do Estado, pois não existem à disposição no mercado local. Além da mudança desse encanamento, será necessária ainda a desativação de um poço localizado entre o Centro Administrativo e o Machadão. Nesse caso, a Caern deve buscar alternativas como abertura de um novo poço em local próximo, ou mesmo a redistribuição das águas das demais fontes da região.
Além da remoção das redes elétrica e de esgoto, Demétrio Torres espera que já na próxima semana seja iniciado o trabalho de cercamento do local das obras, com tapumes metálicos, o que resultará no fechamento do anel viário em torno do Machadão (a pista onde são erguidos os camarotes e arquibancadas do Carnatal) e de um dos atuais acessos ao Centro Administrativo, localizado ao lado da Secretaria de Educação.
O titular da Secopa já entrou em contato com a secretária de Infraestrutura, Kátia Pinto, para que sejam providenciadas melhorias nos demais acessos, ou mesmo a abertura de novos portões de entradas.
Os operários que já trabalham na desmontagem do local, iniciaram o fechamento com tapumes do espaço aberto esta semana, no muro externo do Machadinho. O objetivo é evitar a entrada de curiosos, que vinha ocorrendo nos últimos dia. O secretário da Secopa acredita que todos os serviços preliminares possam estar prontos por volta de 15 de julho, "se adiantar são poucos dias, mas também se atrasar são poucos". Ele afirmou que não há o menor risco de Natal descumprir o prazo de dezembro de 2013 para a conclusão da Arena das Dunas.
A Cosern, através da assessoria de imprensa, disse que na última terça-feira realizou reunião com o objetivo de discutir as condições técnicas para o deslocamento linha de energia elétrica que está interferindo na terraplanagem da área do Machadão. "Na ocasião foi comunicado à equipe de operações da Arena das Dunas sobre a necessidade de ser apresentado um projeto elétrico dentro dos padrões técnicos da concessionária. Após a apresentação pelo solicitante, e aprovação pela Cosern, o deslocamento poderá ser iniciado pela empresa que vier a ser contratada para a execução do serviço." Quando questionada sobre quem arcaria com os custos do serviço, a assessoria de imprensa da empresa disse: "Quem vai custear é o solicitante".
OAS
Pelo segundo dia consecutivo, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato, sem sucesso, com o representante da construtora OAS e diretor de Operações da Arena das Dunas, Charles Maia, para buscar informações detalhadas sobre o andamento dos trabalhos. De acordo com sua secretário, ele se encontrava em reuniões.
MP cobra transparência nos projetos
O promotor Márcio Luiz Diógenes, da 12ª Promotoria de Justiça de Natal, assinou uma recomendação exigindo transparência por parte dos órgãos municipais e estaduais que irão acompanhar as obras e projetos relativos à Copa de 2014.
O texto publicado no Diário Oficial do Estado de ontem determina um prazo de dez dias para que secretarias e órgãos de fiscalização disponibilizem "o acesso ao público a processos de licenciamento, a todos os projetos, documentos e informações, em meio físico ou eletrônico, referentes a obras ou atividades relacionadas à preparação da Cidade para sediar os jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014, e especialmente os referentes à demolição dos estádios para a construção do Arena das Dunas".
Os dados devem ficar "em local previamente divulgado e de fácil acesso ao público, possibilitando-se a consulta ampla aos projetos já licenciados". Com relação aos que ainda se encontram em fase de estudos ou licenciamento, o MP cobra o cumprimento das exigências legais (Estatuto das Cidades, Plano Diretor e outras leis) a respeito da participação popular na elaboração e na definição das obras.
Construção inicia junto com demolição
A construção da Arena das Dunas será iniciada paralelamente à demolição do Machadão e do Machadinho (que já está sendo desmontado). Demétrio Torres enfatizou que não será necessário aguardar a remoção de toda estrutura do ginásio e do estádio para iniciar etapas como a terraplanagem e as fundações. "O espaço da Arena tomará grande parte do Machadinho, mas apenas uns 30% do atual Machadão", detalhou.
Do estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o anel superior será implodido e o inferior demolido mecanicamente, assim como todo o ginásio Machadinho. O entulho não terá de ser removido do local. "O material será reprocessado. O que é isso? Ele vai ser britado e utilizado na base dos estacionamentos", explicou. Há ainda outras utilizações possíveis, como a reciclagem para um novo concreto.
Para isso, no entanto, será necessário, antes mesmo da implosão prevista para agosto, a retirada das estruturas de alvenaria do Machadão, como nas divisórias internas e em salas e bares. Caso contrário o material de qualidade inferior pode se misturar ao concreto e "contaminar" o produto final, prejudicando o reaproveitamento. Previamente também haverá um trabalho de informação dos moradores no entorno da área.
"Serão cadastrados os imóveis, inclusive com fotografias, além de reuniões com Defesa Civil e Bombeiros, para instruir como isso vai acontecer. Alguns moradores devem ser retirados no dia da implosão", ressaltou. Após o anel superior vir abaixo, o inferior será demolido, iniciando pelo trecho voltado para a futura Arena das Dunas, que ficará em uma área hoje localizada entre o Machadão, o Machadinho e o Centro Administrativo.
Funcionários
O secretário estima em 300 a 400 operários contratados para a etapa de construção, uma vez que a fase de demolição é realizada principalmente com máquinas e demanda pouco pessoal.
Uma das áreas que devem demandar trabalhadores é a de metalurgia, devido à cobertura metálica. Ele garantiu que há compromisso da OAS em contratar funcionários e fornecedores locais.
"O que existir aqui no Rio Grande do Norte será usado. Isso não faz parte do contrato porque seria inconstitucional, mas a empresa tem esse compromisso, até mesmo ético, e é importante esse vínculo com a cidade."
fonte: tribuna do norte
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