Era honesto demais. Esse foi, possivelmente, o veredicto dado ao agente de trânsito de Parnamirim Kleidnes Varela do Nascimento, 43 anos, por seus algozes, que o executaram a tiros na última sexta-feira. A tese é do delegado Roberto Andrade, da Delegacia de Homicídios (Dehom). Segundo ele, a polícia trabalha com três hipóteses para a motivação do crime: a denúncia feita pela vítima sobre um esquema de corrupção no Detran do Estado no ano de 2001; rixas internas dentro do setor que trabalhava, por não aceitar desvios de conduta dos demais colegas de serviço; e uma multa que ele aplicara, momentos antes do assassinato, a um condutor que o teria ameaçado por causa disso.
Kleidnes Varela foi assassinado na avenida Abel Cabral, no bairro de Nova Parnamirim, por volta das 17h. Segundo a polícia, três homens estavam em um veículo Celta prata e o condutor parou próximo a um supermercado, iniciando a discussão com o agente de trânsito em trabalho. Após discutir, o suspeitosacou um revólver e efetuou três disparos contra a vítima, fugindo em seguida.
Profissional atuava em Parnamirim e discutiu com motorista no dia do crime. |
Por causa dessa postura, o agente de trânsito denunciou um esquema de corrupção dentro do Detran/RN no início da década passada. "Ainda não estou por dentro do que foi essa denúncia. Mas a esposa dele, logo após o assassinato, nos revelou que o agente teria recebido várias ligações anônimas ultimamente, fazendo ameaças por causa disso", afirma o delegado. Roberto Andrade diz ainda que havia uma rixa interna dentro do setor de trânsito de Parnamirim, no qual trabalhava Kleidnes Varela, pelo fato dele fazer críticas e denunciar desvios de conduta de colegas. "Ele era bastante hostilizadopor isso".
Ainda de acordo com o responsável pelas investigações do crime, na tarde em que ocorreu o assassinato, por volta das 15h, Kleidnes Varela aplicou uma multa a um condutor ainda não identificado, que não se agradou disso e o ameaçou. "Ele teria dito que o agente não sabia com quem estava falando e que aquilo não ficaria assim". Tal declaração teria sido testemunhada por um colega de trabalho do agente, que a relatou à polícia logo após a execução.
Para o delegado, a principal dificuldade das investigações está sendo a greve da Polícia Civil. "Estamos deixando de fazer algumas diligências por causa disso". Ele pede que a população ajude, caso saiba de algo, ligando para o disque denúncia: 0800 84-2999.
FONTE:diario de natal
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